sábado, 8 de outubro de 2011

O Paradoxo Felicidade



   A promoção no trabalho. O casamento. A casa própria. O filho formado. Sonhos quase genuínos, que para a maioria se resume em felicidade - a tal felicidade, perfeita e integral, que almejamos sempre. No entanto, o paradoxal é que quanto maior a felicidade de uns, maior a indignação de outros.
   A vida se baseia em objetivos, metas à serem alcançadas. Mas também é feita de decepções, sonhos frustrados. O fato de conseguirmos uma vaga muito concorrida nos proporciona tamanha felicidade. Mas automaticamente, impossibilitamos a chance dos demais candidatos, fechamos a porta para tais. Isso prova que a satisfação pessoal não se pode chegar à todos, nem sempre, nem simultaneamente.
   Sem dúvida, todos desejam plena felicidade, com todas as conquistas, tudo o que quer, sem tristezas, ou chances jogadas fora. O que é impossível. Pois, se fosse assim, a felicidade seria completa para alguns, e totalmente restrita à outros, neste caso, a maior parte.
   As crises, as lutas, as regressões podem ser amenizadas. Mas, contar com a eliminação total e perpétua desses empecilhos seria ilusão. Em todos os aspectos da vida, da sociedade e do universo, há erros, alguns, inevitáveis, mas nem por esta causa, irresolúveis.
   Portanto, o problema da felicidade é a impossibilidade de abraçar a todos, priorizando a minoria. Por isso, nos resta tomar atitude e trabalhar em prol das nossas aspirações. E se nada ocorrer como nos planos, não desistir, porque o tempo, os casos e os acasos mostrarão o melhor caminho, ou a conseqüência das escolhas erradas, afinal, nada é perfeito.

(Tema da UFRJ 2011: "O que há de errado com a felicidade?" )

domingo, 21 de agosto de 2011

Rabisco de 10 minutos pra aquecer...

(Vendedor de flores na Caxemira - Foto de Steve McCurry)







Não há espera, não há arte, não há vida, onde não há emoção. 
Não há amor sem briga,
Ou mulher sem batom,
Ou casa sem paredes,
Super herói sem vilão;

Não existe som sem silêncio,
Nem luz sem escuro;
Só há você sem mim,
Mas eu sem você ainda não inventaram;

Não há relacionamento sem discórdia,
Ou um ser sem imperfeição,
Só há você com a razão,
Com a minha plenitude julgada inconsequente, inadequada e imatura;

Felicidade sem tristeza não existiria,
Reconciliação sem mágoa nem cogitaria,
Adrenalina sem tédio indiferente reagiria,
Morte sem vida, não sentiria,
Vida sem morte, pouco excitaria;

Porque o bom não é necessário,
Nem o muito é o suficiente.
Minha outra parte está em você,
Tem seu par, sua peça no quebra-cabeça,
Seja bom ou ruim, grande ou pequeno,
Nada é indiferente,
Tudo se completa.

domingo, 20 de março de 2011

Cartas Marcadas

Vivemos em pleno período pós-moderno, e o Brasil vive em uma decadência política. Infelizmente, a democracia não é um sinal do final do voto de cabresto, a classe baixa ainda se rende. Sem reconhecer a força que dominam. Gente brasileira, cheia de sonhos, mas alienados por uma limiar ideia de evolução influenciada por manipuladores, grupos de politicagem. Pessoas que vendem seu futuro por um caminhão de tijolos ou cinquenta reais. Que não tem consciência de seu papel na sociedade e de seus direitos de reivindicar juramentos e promessas não cumpridas. Loucura é perceber, que apesar do avanço educativo e econômico, somos feitos das vontades da minoria. Tal minoria que aproveita da ignorância e falta de visão da grande maioria e os torna robôs controlados por malditas palavras. Lábias sujas e corruptas que tendem a aumentar a esperança por um país melhor, coberto de igualdades sociais, mas acabam com a possibilidade da realização desses sonhos, muitas vezes, necessidades, na qual tanto alimentam, criam e inventam. Existem aqueles que não fazem parte da maioria, muito menos dessa tal minoria. São uma excessão, a geração da revolução. Para aqueles que ainda estão submersos num poço sem fim de estupidez, esses são a salvação. E o jogo de cartas marcadas, está chegando ao fim. Porque é chegada a manifestação e revelação dos filhos da justiça, a geração eleita. Justiça que provém de um Ser superior, único, venerável e misericordioso, mas acima de tudo, justo.


Eu faço parte dessa geração, fim ao jogo de cartas marcadas!

sábado, 19 de março de 2011

Um Minuto de Silêncio

Terremotos e tsunami. Talvez esse não seja o maior problema do Japão. Um país desenvolvido economica e tecnologicamente, uma nação tão ufana por sua própria inteligência, agora foi destruída por meros fenômenos naturais. A não admissão de inferioridade os deixam cegos, sem conseguir ver que sua superioridade não  abrange todas as coisas existentes no mundo.
A ambição por domínio e poder sobre os animais e a natureza, a tecnologia e a ciência, levou à um ponto em que nada suportava nada. E hoje, vemos o resultado de uma revolta natural contra seus próprios cuidadores, o estresse daqueles que não aguentavam mais a exploração e o descuidado de seus donos. Atualmente, só os resta escombros, dor, lágrimas, e uma expectativa para uma nova vida. Recomeçando não do zero, mas do menos um (-1).
 Infelizmente, a tecnologia da exploração e poluição ainda prevalece. Foi uma questão de escolha. Optar por uma fonte energética que produzisse mais, mesmo sendo de alto risco para o ambiente não era de muita preocupação. Afinal, o importante era produzir, ganhar dinheiro e virar uma potência mundial, não era? Pois, conseguiram. E se auto-destruíram. Isso é resultante da negligência à natureza, e desse intenso ego que fala, ou pelo menos falava dentro de cada um deles. Agora eles sabem que nem mesmo uma alta tecnologia anti-terremotos pode impedir o estrago, ou diminuir a força daqueles que por eles achavam dominável. É como se a terra estivesse gritando por ajuda, por cuidado, por amor. Um minuto de silêncio é tudo o que eles querem agora. Para refletir talvez, para lembrar e relembrar. As recordações de um tempo que não volta mais. E que se voltar, com certeza, não será a mesma coisa, depois de tantas perdas... Só nos resta a esperança e a força de vontade para reconstruir, com um novo conceito de preservação e solidariedade.

Um minuto de silêncio por favor...

Etapa Final

3° ano do Ensino Médio. Sim, é onde eu estou. A expectativa para este ano está muito grande, mas para o ano que vem estão bem maiores. Por isso, gostaria de pedir a vocês, leitores e seguidores que me ajudassem a melhorar meu vocabulário e gramática. Modo de escrever e bla bla bla. Podem criticar, mandar dicas.... É o que eu preciso neste momento. Afinal, não são as críticas que nos levam a perfeição? Então, conto vocês para me aperfeiçoar, ok?

                                                                               Beijos da Shay.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nova Desconhecida





Lá estava ela, no seu quarto diante de uma garota com os mesmos cabelos, a mesma feição, o mesmo ritmo de piscar de olhos
Mirando aquela imagem, começou a se cobrir, com uma máscara estranha, passava algo pálido em sua pele e uma sombra azul em seus olhos. E bem dentro da menina dos olhos da garota que ela fitava sem nenhum constrangimento, ela via o passar e repassar daquela cena que queria arrancar à força, mas ao mesmo tempo, queria grava-la e guarda-la à sete chaves no pensamento. Aquela cena, que fazia com que seu coração gritasse por repetição. Ela não sabia mais quem era, muito menos pra que vivia. O seu anelo aconteceu, iluminando tudo aquilo que estava obscuro e encontrando o que estava perdido. 
Agora, saberia ela quem era? Não! Ela não conhecera quem era nem o que seria agora. Mas reconhecera que não era a mesma, e se entristeceu. Ela já teria se acostumado com a antiga tal desconhecida, mas essa pessoa que no momento morava em si, ela não sabia se conseguiria se acostumar.
Essa nova pessoa que demonstrava a sua ousadia e malícia. Pessoa que domava o consciente de qualquer um dos opostos com o seu andar, e olhar, ou até mesmo sem se mexer. Aquele ser que apenas com suas curvas marcadas poderia fazê-los delirar sem receio, nem culpa. No sangue da sua personalidade ela vira a maldade, com uma dose de inocência, levando a perdição a carne e satisfazendo os desejos da alma. 
Aquela conhecida-desconhecida já se fora, mas ela não esquecera daquela noite. Noite na qual a cada gota de suor, um gemido. Gemido de dor, mas ao mesmo tempo de alegria. A cada movimento uma satisfação que coubera a ela ou não, aumentava a pressão e subia a temperatura como uma febre instantânea que por ela não passaria nunca. A cada toque e miragem, uma sensação incrível,suave e brusca. Naquele momento, não pensava em mais nada, só curtia o prazer e se deixava levar pelas ondas do desejo, e pelos sentimentos do coração.
No outro dia, surgiu uma pontada de arrependimento, mas na certa, adorara quilo que tinha feito. Viu a mancha de sangue entre os lençóis, e naquele vermelho vibrante começou a passar o que filmara e a sentir o que sentira. De repente estava chorando e soltando risos ao mesmo tempo. Ainda não acreditara no que havia acontecido, mas olhou profundamente para o que estava ao seu lado, e lá estava ele, o seu cúmplice da noite misteriosa. Depois de derramar sua ultima lágrima, se deitou novamente, e quando acordou tinha ao seu lado apenas uma rosa, e um bilhete escrito "Tenho que ir. Mas prometo voltar e reviver tudo de novo. Eu te amo!"
Ela sorrira, e chorara. Chorara porque sabia que a primeira vez não voltaria mais, e sorrira porque sabia que ele fora apenas para casa, onde provavelmente, seus pais ainda estariam dormindo, e ele teria alguns minutos para pular a janela e fingir que passou a noite toda em casa.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Lágrimas de Pedra, Risos de Inocência

Era uma casa antiga, com a pintura descascada e paredes rachadas.Na sala eu percebia o chão cru, e os sofás velhos cobertos com capas de sofá mostarda. Aquele tapete feito de cobertor e aquelas três crianças deitadas nele assistindo uma TV de 14 que ficava num armário , que não me parecia velho, mas empoeirado, com muitos porta retratos. Elas estavam rindo, assistindo Chaves, no dia das crianças, e percebi que seus olhos brilhavam e que mesmo em meio à tantos problemas, eles brincavam inocentemente como borboletas livres que não sabem o que se passa ao seu redor.
 Eu estava totalmente aérea refletindo sobre como eu sou egoísta, e como aquelas crianças estavam bem mesmo não tendo o que eu tenho. Mas, eu queria ajuda-las, não só financeiramente, mas emocionalmente. Pelo menos em algumas coisas eu puxei à minha mãe: sou muito caridosa, e sei reconhecer os meus defeitos. Mas de repente, aquela senhora ao meu lado, começa à lacrimejar, e naquela pele escura, oleosa e marcada pelo tempo vi gotas rolarem, lágrimas de pedra, um choro de luto  e lembranças de felicidades, que agora se tornaram dor. Dor de algo que à ferira, que sarará, mas que com certeza deixará cicatrizes. Pensei no sofrimento daquela mulher, tão velhinha contando sobre o amor do pai aos filhos, e como eles eram apegados ao pai.
  Comecei à pensar então na minha fraqueza, na minha incapacidade de encarar a perda de um pai,ou de um filho. Ela perdera seu filho e agora tinha ganhado mais três filhotes para cuidar. Ela os amava, mas isso não cobrira o vazio da partida de seu tão amado filho, que não era o único, mas como cada um deles, também era especial. 
 Pensei na vez que eu quis comprar umas dez blusas, mais quatro vestidos, e minha mãe disse pra escolher apenas seis blusas, ou ficaria sem os vestidos.Daí, eu começava a chorar, e à formar aquele biquinho que toda garota mimada sabe fazer. Nas vezes que eu quis viajar no feriado, mas ela não deixou, nas vezes que eu quis sair, mas estava de castigo. Como eu era hipócrita! Aquelas crianças, mesmo sem o meu conforto, e principalmente sem os seus pais, estavam felizes, achando graça de todas as palhaçadas do Chaves.
 Confesso que nessas horas, não, na verdade em todas as horas eu gostaria de ser como criança, e saber deixar meus problemas de lado, voltar à inocência e não mais errar por futilidades inúteis da vida. Esquecer o que ficou pra trás, e seguir vivendo, feliz, sem ressentimentos.
Agora, pela minha cabeça se passam essas cenas, e dos meus olhos surgem mais lágrimas de pedra, duras e tristes molhando o meu teclado, mais ao mesmo tempo, nos meus lábios surgem risos inocentes, como de uma criança, ao perceber o quanto Deus é bom pra mim, e quão boa vida ele me proporcionou, sabendo que ele está comigo à toda hora, porque eu o sinto em mim, da mesma forma que sinto a minha alma,agindo interiormente no meu consciente. 


ps: Há um tempo eu queria escrever algo baseado em um fato real. Mas esse texto não é baseado em um fato real, e sim, integralmente real. Refleti tanto, que até chorei. Eu não sei se você chorou, mas se não chorou é porque não tem as cenas que eu tenho gravadas em mente e testemunhadas. Foi uma semana difícil,mas a gente supera, sem esquecer a lição de vida que simples crianças órfãs do interior podem nos trazer.
Se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de entendê-lo, seríamos tão tolos que continuaríamos sem entendê-lo.

(Jostein Gaarder, Autor de "O Mundo de Sofia")